Salários sobem mais nos pequenos negócios do que nas médias e grandes empresas
Os salários nas micro e pequenas empresas (MPE) estão crescendo mais em comparação com as médias e grandes empresas (MGE). Isso é o que revela um estudo realizado pelo Sebrae em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado neste ano.
Em Salvador, o rendimento médio mensal de um trabalhador de MPE era de R$ 871, em 2011, passando para R$ 945 no ano seguinte. Já no setor das médias e grandes empresas (MGE), houve decréscimo entre esse período, de R$ 1.351 para R$ 1.223.
De acordo com a gerente da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Bahia, Dora Parente, o aumento do salário mínimo está entre as justificativas para esse incremento, já que grande parte dos empregados das MPE tem reajuste sobre esse valor. “A área de serviço, principalmente, tem crescido mais, e é exatamente nela onde se concentra a atuação das micro e pequenas empresas, contribuindo para o aumento desses salários”.
A distribuição dos empregos, por porte do estabelecimento, também revela uma evolução positiva das MPE e um decréscimo das MGE. Em 2011, as microempresas baianas geraram pouco mais de 322 mil postos de empregos (24,9% do total de postos daquele ano), passando, em 2012, para quase 340 mil (25,6%). As empresas de pequeno porte acompanharam o crescimento, no comparativo entre os dois anos, seguindo de 345 mil postos (26,7%) para 358 mil (27%).
Juntos, os micro e pequenos empreendimentos representavam 51,6% dos postos de 2011, chegando a 52,6% no ano seguinte. Já as médias e grandes empresas perderam espaço, saindo de 48,4% para 47,4%, ainda segundo dados do Dieese.
Contratações - O saldo entre admissões e demissões, nas grandes e médias empresas, também segue uma tendência de saldo negativo, como mostra a pesquisa mais recente do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Entre os 13 meses compreendidos de fevereiro de 2013 ao desse ano, na Bahia, as empresas desse porte só contrataram mais do que demitiram em quaro meses. No mesmo período, as MPE tiveram saldo positivo em todos os meses, excluindo apenas dezembro, quando o número de admissões foi menor do que o de demissões. “Nas empresas privadas do estado esse período teve redução de mais de 18 mil postos de trabalho nas médias e grandes, contra a criação de mais de 23 mil postos nas micro e pequenas empresas”, explica Dora.
Outro dado da pesquisa revela que, em fevereiro de 2014, a Bahia teve 7,4 mil novos empregos gerados pelas MPE, número maior do que o observado no mesmo mês do ano anterior, 6,7 mil. “Credito esse aumento, sobretudo, às demandas ligadas à Copa do Mundo”, conclui Dora.